Pesquisa livre

português

9º Congresso Mundial de Informação em Saúde e Bibliotecas

Salvador, Bahia - Brasil, 20 a 23 de setembro de 2005

BVS4

4ª Reunião de Coordenação Regional da BVS

19 e 20 de setembro de 2005

22/09/2005

Informação para a Equidade e Saúde (solenidade de abertura)- Ouça um resumo do primeiro dia

Ouça a matéria em formato MP3

Esse foi o tema principal da cerimônia de abertura do ICML9. “Informação digital e comunicação são ferramentas fantásticas que não irão solucionar os problemas da humanidade”, afirmou a palestrante

Acesso à informação e estímulo ao desenvolvimento de políticas públicas para a saúde. Na abertura do 9º Congresso Mundial de Informação em Saúde e Bibliotecas (ICML9), que acontece de 20 a 23 de setembro em Salvador – Bahia – Brasil, a doutora Lúcia Santaella, responsável pela palestra inaugural do evento, alertou a todos contra o perigo da exclusão digital. “Estamos conscientes de que a saúde depende da prevenção. Mas prevenção não se faz sem informação”, ressalta Santaella, convocando os presentes a pensar em como proporcionar o acesso à informação de saúde para todos – uma preocupação que será a principal tônica do ICML9.

 

Doutora em comunicação e semiótica e professora titular da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC/SP), Lúcia Santaella, apresentou uma visão mais ampla das transformações culturais da sociedade atual, que chamou de “revolução digital”. Uma revolução que, segundo a pesquisadora, é planetária, universal, e da qual a saúde também faz parte. “A saúde sempre esteve na vanguarda da informação digital. Os primeiros sites na internet foram desta área, que hoje apresenta grandes avanços no tratamento da informação para a internet”, ressaltou Lúcia Santaella.

 

Na opinião da especialista, hoje não se pode deixar de pensar em quem recebe a informação, pois, nas redes, o mais importante é a interatividade. E é justamente pela interatividade que se formam as comunidades virtuais, apontadas pela especialista como espaços importantíssimos para a área de saúde. “Um dia desses, vi um aviso numa comunidade na internet que me chamou atenção: ‘15 dias de tosse, procure seu médico’. Achei isso maravilhoso!”, conta a especialista. Para Santaella, as comunidades virtuais podem ser formadas por pessoas que têm uma determinada doença, que através das trocas e interação podem encontrar solidariedade, diagnósticos, tratamento, etc. “O mundo digital não vai resolver os problemas do mundo, pois eles são insolúveis. Basta ler Freud para perceber isso. Mas realmente existe nele um universo imenso a ser explorado, que pode contribuir para encontramos as soluções”, completou Santaella, finalizando a sua fala para os cerca de 1200 participantes provenientes de 53 países, que acompanham o Congresso.

 

Nestes quatro dias do ICML9, 41 congressistas participam de seis painéis principais e 236 apresentações de trabalhos científicos.

 

 

Compromisso e políticas públicas

 

Na mesa composta para a solenidade de abertura do Congresso, que aconteceu ontem à noite (dia 20 de setembro), o tom político foi dado pela diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Mirta Roses. Impossibilitada de estar presente ao evento, Mirta enviou um vídeo onde lamentou não estar entre os participantes. Nele, ressaltou a importância de políticas de promoção de acesso à informação e ao conhecimento em saúde, com vistas ao desenvolvimento social e à equidade.

 

“Estamos também cada vez mais certos de que o acesso às fontes de informação aumenta a nossa capacidade de agir para a inclusão”, afirmou a diretora da OPAS, para a qual os governos devem desenvolver políticas públicas e programas voltados para a inclusão digital.