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Acesso livre com informação relevante (painel 6)
Ampliar o acesso livre à informação e ao conhecimento e, ao mesmo tempo, criar mecanismos para organizar e avaliar estas informações baseadas na relevância. Este foi o desafio proposto pelo aguardado último painel do ICML9, que apresentou a mais recente pesquisa de Pierre Levy, um dos mais renomados pesquisadores de cibercultura e semiótica do mundo
O filósofo Pierre Levy dividiu o sexto painel do ICML9, As tecnologias da informação – empoderando o usuário para publicar e para acessar, com Barend Mons, professor do Departamento de Informática Médica da Universidade de Rotterdan, Jimmy Wales, presidente da Wikimedia, e Anurag Achrya, engenheiro principal do Google Scholars. Enquanto Wales e Anurag falaram das infinitas possibilidades de acesso, de busca, e de publicação de informações e pesquisas na internet, Levy e Mons apresentaram pesquisas que utilizam a metalinguagem e a semiótica para cruzar informações e dados, prevenindo ou corrigindo erros. Tudo isso, por meio de uso de softwares específicos.
Levy apresentou sua mais recente pesquisa, que está sendo desenvolvida em Ottawa: a IEML (Information Economy Metalinguage). “Existe hoje uma gramática que está sendo repetida em artigos, bibliotecas... Está sendo criada uma nova geração de linguagem entendida pelos computadores que, por outro lado, também deve ser capaz de expressar toda a riqueza, detalhes e complexidade da linguagem natural”, disse o pesquisador. Para Levy, é possível criar sub-linguagens especializadas (como a de saúde), que se comuniquem, compartilham coordenadas e cruzem conhecimentos.
Aproveitando a presença de defensores do Open Access, Mons fez um pedido a todos os presentes. “O importante não é a quantidade de informação disponível, mas a criação de estratégias que assegurem que as informações destes milhões de textos e artigos da internet sejam corretas e tenham relevância. É preciso garantir a qualidade da informação, desfazendo a ambigüidade comumente associada aos textos científicos”, disse Mons.
TOP 40
Ao lado das preocupações sobre a linguagem e conteúdo da internet, o último painel também deu destaque para iniciativas que visam socializar a informação. Jimmy Wales falou sobre os projetos da Wikimedia, fundação sem fins lucrativos mantida por doações e parcerias. “Temos apenas dois funcionários pagos”, disse Wales, que apresentou seu produto mais conhecido, a Wikipedia, uma enciclopédia virtual produzida por voluntários que publicam livremente informações através de softwares livres.
“Hoje, estamos entre os Top 40 sites mais acessados do mundo, à frente até mesmo de sites como o New York Times. Temos mais de dois bilhões de acessos mensais, do mundo todo”, contou Wales. Mas tanto Wales quanto Anurag reforçaram a preocupação com o controle de qualidade da informação disponível na rede. Apesar de a publicação ser aberta, todos os textos do Wikipedia são revisados por especialistas em tempo real, garantindo a vigilância. Segundo Anurag, o Google Scholar (versão para busca de pesquisas acadêmicas do Google), também tem sistemas criados para garantir a organização da informação, como a automatização das extrações de citações.